quinta-feira, julho 21, 2005

Cão Sem nome


Este lindo filhotino de boxer não tem nome.... bom.... a bem da verdade ele tem nome, mas nos não gostamos do nome que ele tem.
Deve chegar em casa na sexta feira dia 22 a noite. Vem de Fortaleza.
Ele veio, não para substituir o Xandy, porque o Xandy é insubstituivel, mas para nos ajudar a superar a tristeza e a dor que a perda do Xanxan nos trouxe.
Isto posto, está oficialmente lançado o concurso "Escolha o nome do bebê" e o vencedor será agraciado com a honra de ser o padrinho do bonitão. Ele nasceu no Ceará, filho de dois animais muito bonitos, mas ja vou avisando, Severino não vale...........

sábado, julho 16, 2005

SAUDADE DO XANXAN

Lembra meu amor, quando nos vimos pela primeira vez?
Você tinha apenas três meses de idade. Foi amor a primeira vista. Eu, porém lhe causei uma grande dor, pois, o separei de seus pais, irmãos e amigos. Carreguei-o no colo e levei-o para a nossa casa. Sei que, no começo você estranhou um pouco, voce até se apaixonou pelo Vaporetto, mas devagar foi se soltando, correndo, brincando de esconde-esconde. Lembra? Foi tão bom aquele tempo, não foi? E você foi crescendo, crescendo, e se tornou adulto.

"Como posso falar à você, se você sou eu? Se a sua vida está incorporada à minha? Se você partiu mas continua presente em mim? Se você dormiu mas permanece acordado em todos os meus momentos? Se você morreu, mas continua vivo no meu pensamento.
Você compõe o livro da minha vida. São páginas de convivência em carinho, afeto, abnegação, companheirismo. Você completa a história da minha existência. É o depositário de muitos dos meus segredos, confidenciados no silêncio da nossa união. Sabe de todos os meus conflitos, conhece todas as minhas mágoas, protege todas as minhas loucuras, conserva as minhas alegrias, oculta os meus sonhos, resguarda os meus sentimentos.
Quantas vezes, com seu olhar silencioso, você ajuizou a minha conduta. Recriminou a minha iniqüidade. Censurou meus abusos. Partilhou meus fracassos. Aplaudiu as minhas vitórias. Exaltou o meu êxito.
Quantas vezes me alertou para a realidade das coisas. Quantas vezes me induziu ao cumprimento das minhas obrigações. Quantas vezes compreendeu o meu desalento. Quantas vezes tolerou meu silêncio. Quantas vezes suportou minha ausência.
Mas eu tenho algo mais de você. Tenho a sua saudade. Não sei mais como voltar para casa.`Porque pressa se você não me espera? Minha noite ficou mais longa e meu sono mais curto. Minhas lágrimas são mais constantes. Meu sorriso é mais escasso. Meu assobio ficou sem resposta. Antes, você me procurava e me achava. Hoje eu o procuro e não acho. Quanta falta você me faz!
Sei que você tem outras paragens para descobrir. Outros caminhos a percorrer. Vai brincar de esconde-esconde com as nuvens. Corre, travesso, pela pradaria celeste. Descobre a companhia de tantos amigos e vai descansar no colo da estrela D’Alva. É a estrelinha mais nova na constelaçãodo meu céu interior.
Aceito a sua distância porque você me ensinou a segui-lo. E, como sempre, vai na frente para me guiar. Eu chego lá. Pode me esperar, amigo.
Até breve, companheiro." **
** Texto adaptado da crônica "CHOLO" de Rodrigues

“NINGUÉM MORRE ENQUANTO ESTIVER VIVO NO CORAÇÃO DE ALGUÉM”

XANDY * 14/10/1996 + 16/07/2005


SAUDADE DO XANDY


Minhas posses materiais são poucas e eu deixo tudo para você...
Uma coleira mastigada em uma das extremidades, faltando dois botões, uma desajeitada cama de cachorro e uma vasilha de água que se encontra rachada na borda.
Deixo para você a metade de uma bola de borracha, uma boneca rasgada que você vai encontrar debaixo da geladeira, um ratinho de borracha sem apito que está debaixo do fogão da cozinha e uma porção de ossos enterrados no canteiro de rosas e sob o assoalho da minha casinha.
Além disso, eu deixo para você a memória, que aliás são muitas. Deixo para você a memória de dois enormes e meigos olhos, marrons, de uma caudinha curta e espetada, de um nariz molhado e de choradeira atrás da porta. Deixo para você uma mancha no tapete da sala de estar junto à janela, quando nas tardes de inverno eu me apropriava daquele lugar, como se fosse meu, e me enrolava feito uma bolinha para pegar um pouco de sol.
Deixo para você um tapete esfarrapado em frente de sua cadeira preferida, o qual nunca foi consertado com o tipo de linha certo.... isso é verdade.
Eu o mastiguei todinho, quando ainda tinha cinco meses de idade, lembra-se?
Deixo-lhe como herança minha devoção, minha simpatia, meu apoio quando as coisas não iam bem, meus latidos quando você levantava a voz aborrecido... e minha frustração por você ter ralhado comigo.
Eu nunca fui à igreja e nunca escutei um sermão. No entanto, mesmo sem haver falado sequer uma palavra em toda a minha vida, deixo para você o exemplo de paciência, amor e compreensão.
Sua vida tem sido mais alegre, porque eu estive ao seu lado! **
** Testamento de um cão - Anónimo